terça-feira, 1 de maio de 2012

Lesmas e caracóis

Outro assunto que gostaria de deixar aqui registado é o do problema das lesmas e caracóis. Aparentemente a  dieta preferida destes "indivíduos" são as plântulas. Este ano foi mais pronunciado devido ao tempo húmido e chuvoso que se tem feito sentir nas últimas semanas. A presença constante da àgua faz com que estes bichinhos saiam com mais frequência do seu esconderijo e ataquem em força os rebentos da sementeira.

Como podemos evitar os ataques constantes e persistentes destes gastrópodes? Existem produtos químicos no mercado que são bastante eficientes no controlo destas pragas, mas, pessoalmente não são do meu agrado por várias razões: em primeiro lugar, são tóxicos, podendo ser letais para outros animais como gatos ou cães; em segundo, porque dissolvem-se com a água e como tal podem infiltrar-se na terra e contaminar lençois freáticos ou serem reabsorvidos pelas próprias plantas que queremos proteger.

A alternativa, ou alternativas biológicas, são o sal ou a cinza. Os caracóis e as lesmas evitam o contacto com estas substâncias. Mas como se costuma dizer "There ain't no such thing as a free lunch". O sal tem o inconveniente de salinizar o terreno e se usado em excesso pode tornar a terra imprópria para o desenvolvimento e crescimento de plantas. A cinza não deve ser usada em simultâneo com pesticidas ou fertilizantes biológicos à base de bactérias (como composto oxigenado) porque elimina o seu efeito. A cinza usada em excesso também pode alterar o PH do solo.

Uma solução ligeiramente mais dispendiosa, mas extremamente eficaz, é o uso de folhas de cobre. Aparentemente as lesmas e os caracóis são intolerantes ao contacto com este metal. Procurem no vosso motor de busca preferido por "copper tape for snail" para ver algumas imagens de aplicação da folha de cobre.
 

Resultados das mini-estufas

Os resultados obtidos são bastante satisfatórios como se pode ver pelas fotografias. Foram semeados nas mini-estufas: rúcula, girassóis, pimentos, tomates, abóboras, pepinos, rabanetes, espinafre, entre outros. A base usada para a sementeira foi um composto orgânico corrector. A rúcula embora tenha germinado, começou a amarelecer e morreu. A rúcula que surgiu espontâneamente no mesmo troço onde floriu a geração anterior (no ano que passou), está com um ar saudável e cresceu rapidamente. Quer isto dizer que a rúcula necessita de cálcio, e sendo bastante resistente ao frio, não se justifica a sua cultura em estufa. Posso assim semeá-la directamente no local reservado no quintal para a rúcula.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Mini-estufas recicláveis para sementeira


Hoje arrancou oficialmente a época de sementeira no meu quintal. Bastante mais cedo do que nos anos anteriores. Resolvi antecipar a sementeira devido à exposição solar invulgar que se está a fazer sentir neste altura e consequente ausência de mau tempo, mas também porque queria ver se consigo ter plantas mais desenvolvidas e robustas no período de transplantação, por volta de Maio. No entanto e como ainda estamos no Inverno, a probabilidade do frio retornar e matar as plantas recém germinadas é significativa. A única solução para proteger as plantas destas variações extremas de temperatura é usar uma estufa. Mas quem já teve oportunidade de se deslocar a um horto, sabe o preço destes utilitários de sementeira, pelo que resolvi aproveitar o meu "desenho" anterior dos vasos de sementeira e evoluir para algo parecido com uma mini-estufa.

Começamos com um garrafão de água de 5 litros vazio. Pegamos num dos lados mais largos do garrafão e fazemos quatro furos equidistantes. Este lado será o fundo da mini-estufa. Do lado oposto, cortamos a parede do garrafão em 3 dos 4 lados, deixando um dos lados maiores por cortar. Este último lado é dobrado para fora, de modo a podermos ter acesso ao interior do garrafão que enchemos com terra adequada para a sementeira. Algo idêntico às figuras seguintes:


Outro elemento novo que introduzi nesta sementeira foi um conjunto de etiquetas coloridas para identificar o conteúdo dos vasos. Estas etiquetas têm uma superfície rugosa que permite o uso de grafite para definir a identidade das sementes. As diferentes cores também ajudam a distinguir visualmente as estufas.


Depois de semear e regar é só fechar a tampa.